Polêmica: quando usar?
Os dois principais medicamentos para emagrecer - com resultado científico comprovado - são o orlistat (princípio ativo do Xenical) e a sibutramina, cuja venda foi restrita recentemente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Mas há remédios destinados a outros fins que também causam impactos na balança, embora também causem muita controvérsia: como o topiramato (indicado para tratamentos para enxaqueca e epilepsia) e a victoza (para diabetes) - alvo de intensa polêmica após ser capa de uma revista de circulação nacional.
Mas assim como não existem milagres para emagrecer, também não há uma "fórmula mágica" para identificar quando o remédio será o maior aliado do paciente que quer emagrecer - e em qual deles apostar. Por isso, alertam os especialistas, a resposta sempre deve sair de dentro de um consultório médico, e não adianta espernear, pois as consequências para a saúde podem ser desastrosas.
"O problema é que muitos pacientes querem que os remédios façam o 'trabalho árduo', mas ainda que a pessoa tenha esse recurso, o medicamento é mais uma ferramenta, não a solução", alerta o psiquiatra Arthur Guerra, fundador do Grupo de Estudos de Álcool e Drogas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
Além de ser o único capaz de identificar qual remédio será um aliado de quem vive em guerra com a balança, o médico também é responsável por avaliar a ocorrência de efeitos colaterais, presentes em todos os comprimidos, e decidir quando é hora de parar. A sibutramina, por exemplo, pode causar desde constipação intestinal até insônia, por exemplo, enquanto o topiramato pode causar sérios distúrbios de memória.
Mudança de hábito
Além de consultar um médico para avaliar se um medicamento pode ajudá-lo, o paciente terá de rever todos seus hábitos alimentares e relacionados às atividades físicas, independentemente da ajuda, ou não dos remédios. Na avaliação da nutricionista funcional Patrícia Davidson Haiat, do Rio de Janeiro, as mudanças de hábito podem surpreender mesmo quem acha que "já sabe tudo".
"Um dos grandes problemas hoje é que as pessoas apresentam cada vez mais um comportamento viciado, com uma dieta extretamente repetitiva. Mas, de repente aquilo que funcionava antes, deixa de funcionar. Só um olhar minucioso sobre a saúde da pessoa e seu estilo de vida é o que pode determinar que dieta seguir. Seguir receitas é um erro", avalia a especialista, que não emprega o uso de remédios em seus pacientes.
Na avaliação da especialista, independentemente de a pessoa adotar ou não medicamentos - sempre sob orientação de um médico de confiança (e apenas médicos podem receitar medicamentos) -, os resultados são muito mais duradouros entre as pessoas que tomam uma decisão de mudar de vida.
"Uma dieta de verdade, não aquela restritiva à base de alimentos diet/light, de sopa de caixinhas, essas coisas, não só emagrece a pessoa, mas a deixa mais disposta. A questão é: as pessoas têm que buscar não só perder peso, mas ganhar saúde."
Fonte: http://saude.terra.com.br/dietas/sp-medicos-debatem-uso-de-remedios-para-emagrecer,2759022479cb7310VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html
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